Verdade


Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema.

Picasso

domingo, 26 de maio de 2013

A Crise segundo Albert Einstein

Não podemos querer que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a maior benção que pode acontecer às pessoas e aos países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia assim como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem os inventos, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise supera a si mesmo, sem ter sido superado.
 
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que as soluções.

A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a dificuldade para encontrar as saídas e as soluções. Sem crises não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crises não há méritos. É na crise que aflora o melhor de cada um, porque sem crise todo vento é uma carícia. Falar da crise é promovê-la e calar-se na crise é exaltar o conformismo. Em vez disto, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."

domingo, 19 de maio de 2013

Não existem garantias.
Sob a perspectiva do medo, nada é suficientemente seguro.
Sob a perspectiva do amor, nada é necessário.

domingo, 12 de maio de 2013

Quando Deus Criou as Mães


Autora: Erma Bombeck 


No dia em que o bom Deus criou as mães (e já vinha virando o dia e noite há seis dias) um anjo apareceu e disse:

- Por que tanta inquietação por causa dessa criação, Senhor? 

E o Senhor respondeu: 

- Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico; deve ter 180 partes móveis e substituíveis; funcionar à base de café e sobras de comida; ter um colo macio que sirva para matar a fome das crianças; um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde perna quebrada até namoros terminado... e seis pares de mãos.

O anjo balançou lento a cabeça e disse: 

- Seis pares, Senhor? Parece impossível! 

- Não é esse o problema, disse o Senhor. E os três pares de olhos que as mães têm que ter? 

E o anjo indagou:

- O modelo padrão tem isso? 

O Senhor assentiu. 

- Um par para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar, que é que as crianças estão fazendo lá dentro (embora já o saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria mas precisa saber. E naturalmente os olhos normais, capazes de fitar uma criança em apuros e dizer-lhe: - Eu te compreendo e te amo, sem proferir uma palavra.

- Senhor, disse o anjo, tocando-Lhe levemente na manga, - é hora de dormir. Amanhã é um novo dia... 

- Não posso, replicou Deus, -está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e convence uma criança de nove anos a tomar banho.

O anjo rodeou vagarosamente o modelo de mãe.

- É muito delicada, suspirou. 

- Mas é resistente - respondeu o Senhor entusiasmado, você não imagina o que esta mãe pode fazer ou suportar. 

- E ela pensa? - indagou o anjo. 

- Não apenas pensa, mas discute e faz acordos! - explicou o criador. 

Finalmente, o anjo se curvou e passou os dedos pelo rosto do modelo de mãe.

- Há um vazamento. - retrucou. 

- Não é um vazamento, disse Deus, - é uma lágrima. 

- E para que serve? - indagou o anjo.

- Para exprimir alegria, tristeza, desapontamento, dor, solidão, orgulho. 


- Vós sois um gênio! - disse o anjo. 

Mas o Senhor ficou melancólico. 

- Isso apareceu assim, naturalmente; não fui eu quem colocou nela...



 
Abençoadas sejam todas as mães, capazes de comportar em seu peito o maior e mais belo amor que existe...

Mãe "Desnecessária"

Marcia Neder
 
A boa mãe é aquela que vai se tornando "desnecessária" com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha.

Até agora.

Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a
cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.

Uma batalha interna hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para
controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro-me da frase; hoje,
absolutamente clara.

Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar "desnecessária". Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isto.

Ser "desnecessária" é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre
existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto deles
não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes, prontos para traçar
seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros
também.

A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova
fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o
amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se
transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos tornam-se adultos,
constituem a própria família e recomeçam o ciclo.

O que eles precisam é ter a certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na
divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o
abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.

Pais e mães solidários criam filhos para serem livres. Esse é nosso maior desafio e
principal missão. Ao aprendermos a ser "desnecessários", nos transformamos em
portos seguros para quando eles decidirem atracar.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

CUIDE DE SEU LEÃO

Cezar Tegon*


Outro dia, tive o privilégio de fazer algo que adoro: fui almoçar com um amigo, hoje chegando perto de seus 70 anos. Gosto disso. São raras as chances que temos de escutar suas histórias e absorver um
pouco de sabedoria das pessoas que já passaram por grandes experiências nesta vida.Depois de um almoço longo, no qual falamos bem pouco de negócios, mas muito sobre a vida, ele me perguntou sobre meus negócios.Contei um pouco do que estava fazendo e meio sem querer, disse a ele:

- Pois é! Empresário, hoje, tem de matar um leão por dia.

Sua resposta, rápida e afiada, foi sabia como de costume:

- Não mate seu leão. Você deveria mesmo era cuidar dele.

Fiquei surpreso com a resposta e ele provavelmente deve ter notado minha surpresa, pois me disse: ‘deixe-me lhe contar uma história que  quero compartilhar com você’.Segue, mais ou menos, o que consegui lembrar da conversa:

- Existe um ditado popular antigo que diz que temos de ‘matar um leão por dia’. E por muitos anos, eu acreditei nisso, e acordava todos os dias querendo encontrar o tal leão. A vida foi passando e muitas vezes me vi repetindo essa frase. Quando cheguei aos 50 anos, meus negócios já tinham crescido e precisava trabalhar um pouco menos, mas sempre me lembrava do tal leão, afinal, quem não se preocupa quando tem de matar um deles por dia?Pois bem. Cheguei aos meus 60 e decidi que era hora de meus filhos começarem a tocar a firma. Mas qual não foi minha surpresa ao ver
que nenhum dos três estava preparado! A cada desafio que enfrentavam, parecia que iam desmoronar emocionalmente. Para minha tristeza, tive de voltar à frente dos negócios, até conseguir contratar alguém, que hoje é nosso diretor-geral.

Este ‘fracasso’ me fez pensar muito. O que fiz de errado no meu plano de sucessão? Hoje, do alto dos meus quase 70 anos, eu tenho uma suspeita: a culpa foi do leão. Novamente, eu fiz cara de surpreso. O que o leão tinha a ver com a história? Ele, olhando para o horizonte, como que tentando buscar
um passado distante, me disse: 

- É. Pode ser que a culpa não seja cem por cento do leão, mas fica mais fácil justificar dessa forma. Porque, desde quando meus filhos eram pequenos, dei tudo para eles. Uma educação excelente, oportunidade de morar no exterior, estágio em empresas de amigos. Mas, ao dar tudo a eles,  esqueci-me de dar um leão para cada, que era o mais importante. Meu jovem, aprendi que somos o resultado de nossos desafios. Com grandes desafios, nos tornamos grandes. Com pequenos
desafios, nos tornamos pequenos. Aprendi que, quanto mais bravo o leão, mais gratos temos de ser.

Por isso, aprendi a não só respeitar o leão, mas a admirá-lo e a gostar dele. Que a metáfora é importante, mas errônea: não evemos matar um leão por dia, mas sim cuidar do nosso.
Porque o dia em que o leão de nossas vidas morrer, começamos a morrer junto com ele.
Depois daquele dia, decidi aprender a amar o meu leão. E o que era desafio se tornou oportunidade para crescer, ser mais forte, e ‘me virar’ nesta selva em que vivemos.

domingo, 5 de maio de 2013

Quando alguém vai embora

Revista Vida Simples nº 96 01/09/2010 - Por Eugênio Mussak

Quando nos afastamos de alguém de quem gostamos, mesmo sabendo que essa pessoa está bem, experimentamos um sentimento de perda. Por que isso acontece, mesmo sabendo que não há perda de verdade?

Cheguei a Uberlândia para proferir uma palestra para pais e professores de um colégio local. Uma simpática professora me esperava no aeroporto e fomos conversando sobre o ambiente escolar, sobre a alegria dos alunos, suas dificuldades, sobre a indisciplina, a comunicação entre gerações diferentes, coisas assim. A palestra seria à noite, mas eu havia pedido para conhecer o colégio, pois tínhamos algum tempo.

No caminho ela me disse algo curioso, como que preparando meu espírito: “Não estranhe, professor, nosso colégio normalmente é muito alegre, mas hoje o ambiente está triste. Provavelmente você vai ver algumas alunas chorando”. Não consegui não estranhar o comentário. Quando perguntei o que tinha acontecido, ela explicou: “É que é o último dia da Candice, uma aluna de intercâmbio do Canadá. Ela está indo embora amanhã”.

E ela tinha razão. Em vários momentos senti a tristeza no ar, como se houvesse um luto. A Candice devia ser muito querida, pois sua despedida estava repercutindo em todo o colégio. Era o mês de agosto e ela tinha que voltar à sua terra, onde as aulas começam em setembro. A menina voltaria para Vancouver, a bela cidade da costa oeste canadense, e o colégio de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, seguiria sua rotina, mas não seria mais o mesmo. Candice teria deixado uma marca na vida de colegas que tinham se acostumado com sua presença, sua alegria. A poderosa marca da amizade.

Durante minha palestra não pude não me referir ao fato. E lembrei que um colégio é uma espécie de entreposto de emoções, pois por ali passam anualmente alunos, professores, pais, funcionários, criando um ambiente de convivência, com idiossincrasias, alegrias e tristezas. E de repente vêm os fins de ano, as formaturas, e com isso as alegrias dos novos ciclos e as tristezas das despedidas.

Os garotos e garotas de certa forma estão sendo preparados para o que se repetirá ao longo de suas vidas. Encontros e separações, afinidades e desencontros. Pessoas que invadem nossa alma como posseiros, semeando ilusões que se dissolvem quando ouvimos um “Tchau, estou indo embora!” Como assim? Você me conquistou, tornou-se meu amigo, uma pessoa importante que agora simplesmente vai embora?

Você é responsável por mim – diria o Pequeno Príncipe –, pois você conquistou minha amizade e afeto. Agora assuma sua responsabilidade! Eu bem que gostaria, mas é a vida que não deixa. Ela tem uma lógica própria que não respeita os viventes – responderia o homem grande. A lógica da vida é que temos que seguir nossos rumos, fazer nossa parte dentro do grande agrupamento humano. A vida segue seu curso e nós fi camos chorando nossas perdas nas esquinas, mesmo sabendo que há novas conquistas ao atravessar a rua.

Percebemos, então, que havia um clima estranho entre nós, como se os sentimentos estivessem embaralhados. E estavam. Foi quando um colega, estressadíssimo, entrou no vestiário dos plantonistas proferindo palavras de desabafo, todas impublicáveis. Outro colega, então, fez um comentário lento e profundo: “Sabe, vou sentir muita falta de seu mau humor, meu caro”.

O riso foi geral e o primeiro colega teve que aguentar muita gozação. Mas depois nos detivemos a pensar se seria mesmo possível sentir falta do mau humor de alguém. É claro que não era da cara de azedo que o colega estava portando naquele momento que sentiríamos falta. Era dele. Com todas as qualidades e defeitos que ele e todos nós temos. Seu desabafo naquele momento não era só seu, era de todos nós, pois ele era um de nós. Alguém do grupo, da tribo que tinha passado seis anos junta, estudando, sonhando, brincando, jogando bola, tomando cerveja.

Seis anos que, quando se tem 20 e poucos, parecem muito mais. Entramos calouros ingênuos, felizes, mas excitados com a expectativa do curso de medicina que começava. Estávamos saindo doutores, também ingênuos, também alegres, e também excitados com a expectativa da vida pela frente.

Nesse tempo experimentei o espírito de coleguismo verdadeiro. Eu estava feliz com o fim de curso e com o começo de uma nova vida, mas como faria para viver sem a presença da amizade constante deles? Eles estavam indo embora, todos estávamos. Alguns ficariam na cidade, outros não. A tribo, enfi m, estava se espalhando pelo planeta. Agora era cada um por si.

Não sei onde está a maioria de meus amigos. Não sei se tiveram carreiras brilhantes, se casaram, quantas vidas salvaram. Talvez alguns já tenham partido definitivamente. Mas, por outro lado, sei, sim, onde eles estão. Em minha memória, e em um canto especial de meu coração. Que bom que eu tenho de quem lembrar, de quem sentir saudades e a quem agradecer por ter feito parte de minha história e por me ajudar a ser quem hoje sou, este conjunto de retalhos da vida que passou… e que segue.