Verdade


Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema.

Picasso

domingo, 2 de dezembro de 2012

FOME, SEDE E VONTADE DE LER

Fabiano Cambota
 
Os biólogos, cientistas, cientificistas - enfim, qualquer estudioso do corpo humano - não cansam de afirmar e reafirmar a perfeição do corpo humano. A mais completa máquina já criada. Pois tratemos de discordar. O corpo necessita de combustíveis. Se precisamos de água, temos sede. De comida, temos fome. Nunca paramos de respirar. Por que nos falta uma necessidade de ler? Alias, não há sequer um nome pra isso. Simplesmente “a necessidade de ler”. Algo como a manutenção da intelectualidade, ou da saúde do cérebro. Ler. Ler como quem mata a sede. Como quem avança sobre um prato de comida. Um copo de água bem gelada e uma Clarice. Uma lasanha e um Machado. Para todos os dias, arroz, feijão e Allan Poe.

 

A falta de leitura deveria ser retratada em fotografia premiada pela National Geographic. Concorrentes do “Foto do ano de 2004”: O menino faminto da Etiópia, a baleia encalhada da Antártida e o Sem-livro do Brasil. Deveria estar estampado na cara do sujeito: “Sou subletrado”.
Não se justifica com a situação do nosso país. Não se trata aqui da falta de incentivo e de educação, já notória e discutida. Mas de atitude.

Os jovens - ah, sempre os jovens – não conseguem, ou não querem, enxergar o benefício da leitura. Qualquer leitura. E os jovens crescem, ou já cresceram, subletrados. Daí a pergunta: E se houvesse uma necessidade física? Penso que ainda há o que mudar na estrutura humana. Que tal essa dica? Hein! Na falta de uma terminologia melhor, fica a “fome de leitura”, ou a FOMURA. O menino grita: “Manhêêê, to com uma fomura danada”. E ela vem correndo com a Ruth Rocha que é pro menino parar de reclamar. O pai, no meio da noite, acorda com o choro do bebê. Dá a mamadeira, troca a fralda e lê o Ziraldo enquanto o neném não consegue sozinho. O casal de namorados vai sair a noite. Jantar, choppinho ou leitura? O rapaz mais afoito sugeriria um João Ubaldo. O divorciado um Nabokov. O mais esperto um Vinícius (sim, elas ainda adoram).  E a combinação vinho, massa e Drummond? Irresistível.

O sonho enfim se concretizaria com o obeso-literato. Aquele que, de madrugada, assalta a estante. Acha que não faz mal um Parnasianismozinho durante as refeições. Vai ao médico, o letricionista, que lhe passa uma dieta a base de romance. Nada muito pesado. Depois das 20 horas, só Sidney Sheldon. Mas cai em tentação e é flagrado com “Crime e Castigo” nas mãos. A família se preocupa. Tornou-se um livrólatra. Só o L.A. poderá salvá-lo. Nas reuniões com o grupo de viciados em literatura, ele conta sua saga: “Bem, comecei aos 10 anos. Como todo mundo. Fadas, chapéus, narizes que cresciam. Depois eu parti pros livros menores. Mas quando você menos espera, já está devorando um Jorge Amado numa sentada só”. Um “ooh” ecoa na sala. Senhoras comentam entre si. “Tão novinho e tão letrado né!”
Bibliotecas lotadas. Um silêncio ensurdecedor. Filas enormes para entrar. É muita gente morrendo de fomura. Consegue uma mesa, pede o menu.

- Por favor, me vê duas Cecílias. E pro menino pode ser um Lobato, que ele adora!!

- Senhor! Nossas Cecílias acabaram.

- O quê? E o que você sugere?

- Nosso Eça é legítimo, senhor! E temos Camões
- É que os portugueses são caros né! E meu médico me proibiu Camões durante a semana.
- Algum Andrade?

- Não sei. Não sei. To indeciso ainda.

Depois de alguns minutos pensando e testando a paciência do rapaz que lhe servia...

- Ah, vou de Paulo coelho mesmo que é só pra matar a fomura.

domingo, 25 de novembro de 2012

O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

Martha Medeiros

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Cada dia compreendo melhor quão insensato é vivermos a julgar os outros por nós mesmos."

Goethe

domingo, 18 de novembro de 2012

The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore


http://www.youtube.com/watch?v=tkJPMsWw6Z8&feature=related

A OBSESSÃO PELO MELHOR

Leila Ferreira
 
Estamos obcecados com "o melhor".

Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a
melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.Bom não basta.

O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos
faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.

Novas marcas surgem a todo instante.Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado,modesto, aquém do que podemos ter.

O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa
espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.

Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.

Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo
melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos,
às vezes, é mais do que suficiente.Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de
chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?

(...)

Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.

A casa que é pequena, mas nos acolhe.

O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.

A TV que está velha, mas nunca deu defeito.

O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".

As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...

O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.

O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.

Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?

Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

Sofremos demais pelo pouco que nos falta
e alegramo-nos pouco pelo muito que temos.
Shakespeare

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

José Saramago

No dia 16 de novembro, o  ícone da nossa literatura José Saramago completaria 90 lindos anos de vida e de palavras.

Obrigada, José Saramago, pelo encantamento de suas palavras!


"Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.

O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.

Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irônico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.

O Sorriso (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frêmito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso."

domingo, 11 de novembro de 2012

Clarice Lispector

E será inútil esforçar-se para esquecer - tudo o que um dia se misturou carregará consigo partículas do outro. Talvez venha o arrependimento, o recomeço, as cores voltem a brilhar como antes - mas não se pode contar com isso. Não se pode contar com nada. O único caminho viável é viver e correr o sagrado risco do acaso. E substituir o destino pela probabilidade.

domingo, 4 de novembro de 2012

Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas.


Charles Chaplin

domingo, 28 de outubro de 2012

Motivação Ilusória

Luah Galvão
Faz alguns minutos falei pelo face com um amigo que não via faz tempo e naquele papo … “Como você tá ??” etc … ele responde ” Tô ótimo, tô super bem, suuuperrrr bem mesmo … (tempo) … Mas tô quase infartando, tô tomando lexotan na veia, tô exauto, tô …”
Quando nosso “papo” acabou fiquei pensando … “Quem disse que ele está bemmmm?? Quem foi que convenceu o cara disso??”. Não dá pra estar bem assim !!! Que “motivação” é essa??.
Resolvi escrever sobre esse assunto que está se “alastrando” e tomei a liberdade de apelidar esse tipo de fenômeno como “motivação ilusória”. A “vítima” jura que está maravilhosamente bem mas como vocês puderam ver; não está !! É tudo ilusão !!
Cada dia estão sendo criados mais artifícios que apoiam essa inversão total de valores. O cidadão se mata, despende horas e mais horas extras no trabalho, acumula funções, é cada vez mais cobrados e alguém diz que isso é o que tem que ser feito para alcançar a felicidade, a plenitude e a segurança profissional !!!
Cá entre nós, depois de um enfarto o que adiantou trabalhar tanto ??
Mas vamos continuar pois esse é um assunto interessante … cada vez mais as empresas bombardeiam seus colaboradores com uma infindável lista de atividades motivacionais, promocionais, institucionais, jogos, vivências, desafios … vários paliativos que ajudam a manter os ânimos e a ânima em meio a esse dia a dia estressante.
Ops, pera lá … isso é motivação real ?? Esse cara altamente adrenado no ambiente profissional volta pra casa com essa mesma carga de energia ?? O que acontece depois que fecha as portas de sua casa e encontra a sua intimidade ??
Quantos será que tem um encontro marcado com seu lexotan, com a sensação de vazio, com a exaustão absoluta, talvez até com a depressão ??
Será que sua alma realmente comprou esse excesso todo ?? Será que essa dose extra de motivação não é ilusória ?? E como tudo que é artificial, não se mantém!!
Minha lista de amigos medicados regularmente só aumenta e infelizmente só conseguem se manter “em alta”, tomando algumas “bolinhas”…
Será que o excesso extrai realmente o melhor das pessoas ?? Ou será que um dia a dia mais regrado e saudável não traria condições mais favoráveis ao desempenho “perfeito” ??
O que não dá é pra acreditarmos que estar bem é estar com uma lista gigante de problemas físicos e psíquicos. Essa sensação de motivação ilusória, só serve para acobertar nossos problemas e insatisfações e não é o que de fato vai trazer entusiamo para nossas vidas !!

domingo, 21 de outubro de 2012

Palavras, Palavras...


Eugenio de Andrade

As palavras
São como um cristal,
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? 
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Palavras não são dons.
São técnicas e esforços.
Dedicação e paixão.
Disciplina e Atenção!

Devemos usá-las para provocar o pensar e o sentir.
Ninguém aprende sem ter ensinado algo...
Ninguém ensina sem ter aprendido algo mais...
Tudo é uma troca: emitir, receber e sentir.

domingo, 14 de outubro de 2012

O que me define...

Clarice Lispector

Sou os brinquedos que brinquei, as gírias que usei, os nervosos e felicidades que já passei. Sou minha praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, sou os amores que vivi, as conversas sérias que tive com meu pai: Eu sou o que me faz lembrar!!!

Sou a saudade que sinto, sou um sonho desfeito ao acaso, sou a infância que vivi, sou a dor de não ter dado certo, sou o sorriso por tudo que conquistei, sou a emoção de um trecho de livro, da cena de filme que me arrancou lágrimas: Eu sou o que me faz chorar!!!

Sou a raiva de não ter alcançado, sou a impotência diante das injustiças que não posso mudar, sou o desprezo pelo que os outros mentem, sou o desapontamento com o governo, o ódio que isso tudo dá. Sou o que eu remo, sou o que eu não desisto, sou o que eu luto, sou a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta ao ver um animal abandonado: Eu sou o que me corrói!!!

Eu sou o que eu luto, o que consigo gerar através de minhas verdades, sou os direitos que tenho e os deveres a que me obrigo, sou a estrada por onde corro, sou o que ensino e, sobretudo, o que aprendo: Eu sou o que eu pleiteio!!!

Eu não sou da forma como me visto, não sou da forma como me comporto, não sou o que eu como, muito menos o que eu bebo. Não sou o que aparento ser:

EU SOU O QUE NINGUÉM VÊ!!!

domingo, 7 de outubro de 2012

SE EU PUDESSE

Jorge Luiz Borges
Se eu pudesse viver novamente minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito: relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido.
n
a verdade, bem poucas coisas levaria a sério...
Viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a lugares onde nunca fui.
Tomaria mais sorvete e menos lentilha.
Teria mais problemas reais e menos imaginários...

Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto de sua vida.
Claro que houve momentos de alegria...
Mas se eu pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos,
porque, se não sabem, disso é feita a vida:
só de bons momentos;
não os perca agora!
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um para-quedas...

Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no início da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças
cantando canções de amores,
se ainda tivesse uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e, só me resta sonhar...!

domingo, 30 de setembro de 2012

 Caio Fernandes de Abreu

"Te desejo uma fé enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, 
mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente
para não abrir mão de se sentir feliz. 
As coisas vão dar certo.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo,
eu faço força para manter algumas esperanças acesas, como velas.
Que 2011 seja doce. 
Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra você."

domingo, 23 de setembro de 2012

Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem. 
Lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize" 

Boaventura de Souza Santos

domingo, 16 de setembro de 2012

Se, a longo prazo, somos criadores do nosso destino, de imediato somos escravos das ideias que criamos."

Friedrich Hayek

domingo, 9 de setembro de 2012

"Não tenhas medo da vida. Acredita que a vida vale a pena, e a tua crença te ajudará a criar esse fato."

William James

sábado, 4 de agosto de 2012

"O homem lançou-se à procura de outros mundos e outras civilizações, sem antes ter explorado o seu próprio labirinto de caminhos sombrios e câmaras secretas e sem descobrir o que há para lá de portas que ele mesmo selou."

Solaris - Stanislaw Lem

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Crítica e Auto-Crítica

Arthur SchopenhauerAssim como o homem carrega o peso do próprio corpo sem o sentir, mas sente o de qualquer outro corpo que quer mover, também não nota os próprios defeitos e vícios, mas só os dos outros. Entretanto, cada um tem no seu próximo um espelho, no qual vê claramente os próprios vícios, defeitos, maus hábitos e repugnâncias de todo o tipo. Porém, na maioria da vezes, faz como o cão, que ladra diante do espelho por não saber que se vê a si mesmo, crendo ver outro cão.
Quem critica os outros trabalha em prol da sua própria melhoria. Portanto, quem tem a inclinação e o hábito de submeter secretamente a conduta dos outros, e em geral também as suas acções e omissões, a uma atenta e severa crítica, trabalha na verdade em prol da própria melhoria e do próprio aperfeiçoamento, pois possui o suficiente de justiça, ou de orgulho e vaidade, para evitar o que amiúde censura com tanto rigor.