Lya Luft
A rainha da nossa perplexidade, que torna o presente tão importante, o amor tão urgente, a bondade tão necessária, a ética tão essencial, a arte tão fundamental - ela, a Senhora Morte, devia, por inevitável, nos tornar muito melhores do que somos.
Muito mais prudentes. Muito mais audaciosos. Muito mais abertos para a vida, a alegria, a claridade, em lugar de tão enredados em nossas mesquinhas intrigas, nossas cotidianas reclamações, nossas minúsculas vinganças.
Porque só uma vida bem vivida, com decência e generosidade, prepara, ainda que sem muita garantia, isso que chamamos morte: que nos espreita na cama, no carro, no avião, na calçada, ou na mira de algum terrorista alucinado.
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