Carlos Alberto Rabaça
Quando o mundo se torna violento, buscamos uma explicação em que a compreensão se expresse em atos e palavras. Mas como explicar a tortura, o assassinato, a censura, o imperialismo ou o terrorismo, ferramentas favoritas dos repressores que querem evitar qualquer opinião divergente?
Histórias recentes da América Latina, da Europa e do Oriente Médio comprovam tais fatos (...). O fanatismo defensor de uma verdade aceita como única não é patrimônio exclusivo das ditaduras. Hoje os fundamentalistas religiosos, misturados a frustações econômicas e sociais, são a expressão patológica de uma quebra de equilibrio do universo. Como então enfrentá-los?
Não há melhor antídoto contra a conduta intolerante que a liberdade, consequência da pluralidade, que consite em defender idéias próprias, mas aceitando que o outro possa ter razão. Precisamos reconhecer velhas verdades: a violência gera violência, o fanatismo é inimigo da razão, todas as vidas são preciosas, (...)
A solidariedade e a tolerância democrática, inexistentes no nosso tempo, implicam uma revolução em nossa mentalidade e na aceitação do que percebemos como diferentes, para se configurar uma sociedade multicultural. Esses são os desafios éticos que deveriamos enfrentar, sem a arrogância dos países desenvolvidos e sem a marginalização dos subdesenvolvidos.
Verdade
Se apenas houvesse uma única verdade, não poderiam pintar-se cem telas sobre o mesmo tema.
Picasso
quarta-feira, 20 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
A lucidez perigosa
Clarice Lispector
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
A arte de cultivar jardins
Filho da ausência, o desejo é um tipo de prazer diante daquilo que não se tem. Desejar é sofrer diante da ausência. Quando eu quero algo, eu quero o que eu não tenho e isso me leva a um estado de ansiedade e intranquilidade que me tira do eixo.
Pablo Capistrano, no Livro Simples Filosofia
quarta-feira, 6 de abril de 2011
A senhora Fortuna
Um dos temas recorrentes do estoicismo era justamente esse: 'Como enfretar a fragilidade do homem diante do destino?' O que diferencia o homem sábio do ignorante não é o volume de conhecimentos, mas a percepção da hora certa de abdicar da própria ação e aceitar o destino. Insistir em algo inutil é sinal de estupidez.
Pablo Capistrano, no Livro Simples Filosofia
Pablo Capistrano, no Livro Simples Filosofia
segunda-feira, 4 de abril de 2011
A ousadia do pensamento
A razão não dá lucro porque a razão, no entender de Kant, nos liberta. Somos livres na medida em que compreendemos. Conseguimos nos afastar das sombras da ignorância e da superstição quando cultivamos a habilidade crítica de submeter nossos dogmas a uma reflexão sistemática.
Pablo Capistrano, no Livro Simples Filosofia
sábado, 2 de abril de 2011
Saudades do amor
Saber transformar a paixão em amor é a chave da arte da convivência. O segredo dessa arte é nunca esquecer que os opostos sempre se distraem, e que apenasos dispostos verdadeiramente se atraem.
Pablo Capistrano, no Livro Simples Filosofia
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